A aula inaugural foi transmitida pelo canal de Far no Youtube e deu um panorama dos cursos de pós-graduação da área de Farmácia, mostrando sua evolução, impactos sociais e desafios
Na última quinta-feira (18/02), Farmanguinhos promoveu a aula inaugural online para dar início ao seu ano letivo. Ministrada pela coordenadora da área de Farmácia da CAPES, Silvia Guterres, a apresentação teve como tema o impacto social dos cursos de Pós-graduação da área da Farmácia, expondo um retrospecto da cadeira no âmbito da educação e apontando os seus avanços e desafios em benefício da ciência, da saúde e da sociedade. O evento foi transmitido pelo canal de Farmanguinhos no YouTube e contou com mais de 170 participantes.
A mesa de abertura foi composta pela coordenadora da área de Educação de Farmanguinhos, Mariana Souza, pela vice-diretora de Educação, Pesquisa e Inovação (VDEPI) da unidade, Núbia Boechat, pela vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Machado, e pelas coordenadoras adjuntas dos cursos de pós-graduação da Fundação, Eduarda Cesse e Cristina Guilam.
Mariana Souza abriu o evento salientando a potencialidade dos cursos oferecidos por Farmanguinhos.
“Temos uma variedade e características muito fortes quando se trata do desenvolvimento da indústria voltada para a saúde. Oferecemos cinco cursos que mais nos representam: Residência Multiprofissional em Tecnologia aplicada em Indústria Farmacêutica, que é o primeiro curso de Residência em Farmácia industrial e é totalmente executado dentro de uma indústria pública, as especializações em Tecnologias Industriais Farmacêuticas e Inovação em medicamentos da Biodiversidade, que recentemente passaram por reestruturação e modernização e hoje trabalham com um currículo integrado, uma avaliação global baseada em portfólio, modelo híbrido e o TCC é todo voltado para solução de problemas ou criação de produtos. Oferecemos ainda os cursos stricto sensu, que são os Programas de Pós-graduação Acadêmico em Pesquisa Translacional em Fármacos e Medicamentos e o Programa Profissional em Gestão P&D na Indústria Farmacêutica, que foi o primeiro programa profissional na área de farmácia”, salientou.
Núbia Boechat relembrou o progresso do setor de Educação no Instituto. “Farmanguinhos evoluiu muito rapidamente. Até 2018 nós tínhamos dois cursos, um lato sensu e um mestrado, ambos soltos dentro da instituição e não faziam parte da VDEPI. No final deste mesmo ano, nós criamos o Departamento de Educação, que a Mariana então assumiu de forma competente, fez com que todas essas mudanças acontecessem e a área avançasse substancialmente em dois anos praticamente. E isto é um desafio muito grande, já que o foco principal da instituição é produção de medicamentos. Atualmente, temos as áreas de Pesquisa e Educação muito fortes dentro da unidade e que estão conquistando a cada dia mais esse espaço”, evidenciou.
Investimento em Educação – Durante sua explanação, Silvia Guterres abordou a evolução dos programas de pós-graduação em Farmácia, apontando o seu desenvolvimento, suas limitações e desafios. Segundo a palestrante, o momento presente é de estagnação devido à crise financeira e à falta de investimentos na Ciência. “Até o ano 2000, nós tínhamos um crescimento tímido. A partir desse período, a área experimentou um crescimento expressivo, saindo de quatro programas, em 1975, para chegar a 70 em 2019. Atualmente, devido à crise em termos financeiros na ciência, há um efeito platô e não tem havido propostas de novos cursos na área. O desafio agora é qualificar esses programas para que tenham mais robustez e que melhorem em qualidade”, avaliou.
Com relação aos impactos sociais, a especialista destacou que a disponibilização de profissionais qualificados para atuar nas diversas áreas da ciência farmacêutica resulta em uma série de ações, tais como a transferência de tecnologia entre organizações (públicas e privadas), a criação de novos produtos e processos, elaboração e gestão de políticas públicas, dentre outras, que propiciam pesquisas na fronteira do conhecimento e contribuições para o avanço da saúde pública no Brasil.
Já sobre o futuro da área, a coordenadora afirmou que é fundamental que os Programas se mantenham atualizados à fronteira do conhecimento para a geração científica relevante e de impacto.
“É importante que as atividades do programa contribuam para a formulação de políticas públicas de saúde eficientes, favorecendo a solução de problemas brasileiros na área farmacêutica. Além disso, é desejável que os programas determinem em conjunto com os Núcleos de Inovação Tecnológica mecanismos institucionais para proteção da propriedade intelectual e formalização de parcerias com vistas ao estabelecimento de transferência de tecnologia”, enfatizou.
Após a apresentação, Silvia interagiu com o público e respondeu as perguntas encaminhadas pelos participantes no chat.
A aula pode ser conferida na íntegra no canal de Farmanguinhos no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=MKQ_ogrLA-4&t=1142s Aproveite para se inscrever e ativar o sininho para receber as notificações de novos vídeos e atualizações dos conteúdos.