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Farmanguinhos e prefeitura de Macapá vão criar Jardim Terapêutico do Bioparque da Amazônia

A cooperação técnico-científica pretende unir o conhecimento tradicional e o científico com o objetivo de desenvolver a fitoterapia com espécies do maior bioma do país

Em entrevista à TV Globo, Jefferson Caldas explica mais detalhes sobre a cooperação para criação do Jardim Terapêutico

O Centro de Inovação em Biodiversidade e Saúde (CIBS) de Farmanguinhos/Fiocruz assinou, na última terça (21/9), acordo de cooperação técnico-científica com a prefeitura de Macapá, capital do Amapá, para instalação do Jardim Terapêutico do Bioparque Tucuju. O projeto tem como objetivo realizar pesquisas com plantas medicinais da Amazônia.

Pesquisador do CIBS/Farmanguinhos e coordenador do Sistema Nacional da Redesfito, Jefferson Caldas explica que as equipes da Fiocruz e da Redesfito ficarão responsáveis pelas ações de implantação do projeto e outras decorrentes da parceria, tais como identificação de espécies medicinais arbóreas para revitalização da fitoterapia amazônica e resgate do conhecimento tradicional das ervas medicinais nativas do maior bioma do país.

“A Fiocruz entrará com aporte técnico científico para construção do Jardim Terapêutico, que busca o resgate do uso tradicional das plantas medicinais. Iremos juntar os dois diferentes saberes: das populações amazônicas e o acadêmico. No início, será agregado à literatura já existente do bioma amazônico, que é riquíssimo. Depois seguiremos para o estudo da bioprospecção, com o levantamento étnico botânico”, ressalta Jefferson Caldas.

Neste sentido, o projeto contempla identificação do perfil químico das espécies selecionadas e, dentre outras, a realização de oficinas voltadas para cultivo e manejo de plantas medicinais e produção de fitoterápicos.  Além disso, capacitará agentes de saúde para inclusão da fitoterapia na rede de saúde pública local.

Além de Jefferson Caldas, representando Farmanguinhos/Fiocruz, a cerimônia de assinatura do termo de cooperação contou também com a participação do prefeito de Macapá, Antônio Paulo de Oliveira Furlan, e do diretor-presidente do Bioparque, Marcelo Oliveira.

Além de Jefferson Caldas, a cerimônia contou com a presença do prefeito Antônio Furlan (segurando o documento), diretor-presidente do Bioparque, Marcelo Oliveira (o segundo a partir da direita) Foto: Adevaldo Cunha

Em seu perfil nas redes sociais, o prefeito Antônio Furlan destacou a troca de conhecimentos e valorização da sociobiodiversidade. “Pretendemos com esse projeto estimular a fitoterapia complementar através da criação de canteiros de espécies medicinais e aromáticas da nossa região. Buscaremos identificar espécies medicinais arbóreas para servirem de instrumento didático para revitalização da fitoterapia amazônica, muito conhecida pelo uso de cascas, folhas e raízes das nossas árvores e plantas locais”, afirmou.

Clique aqui e confira a reportagem veiculada no Jornal do Amapá, da Rede Globo local.

Prorrogadas as inscrições para o PPG Profissional de Farmanguinhos

Interessados poderão se inscrever no Mestrado ou Doutorado do Programa de Pós-Graduação Profissional em Gestão, Pesquisa e Desenvolvimento na Indústria Farmacêutica até 25/01/2021

Estão abertas as inscrições para a seleção de candidatos aos cursos de Mestrado e Doutorado do Programa de Pós-Graduação Profissional em Gestão, Pesquisa & Desenvolvimento na Indústria Farmacêutica (PPGP-GPDIF).

As inscrições deverão ser realizadas até dia 25/01 no site www.sigass.fiocruz.br

Clique aqui e acesse o edital.

O pesquisador de Farmanguinhos está entre os principais cientistas do mundo

Além de Marcus Vinícius Nora de Souza, outros 30 pesquisadores da Fiocruz integram o ranking elaborado pela Universidade de Stanford e publicado recentemente no Journal Plos Biology

Marcus Nora desenvolve pesquisas na área de Química Medicinal e lidera o Laboratório de Síntese de Substâncias de Combate a Doenças Tropicais, onde elabora estudos sobre Tuberculose, malária, leishmaniose e Doença de Chagas, além de processos sintéticos baseados em química verde (Foto de arquivo, antes da pandemia)

O Journal Plos Biology publicou, em 16 de outubro, o banco de dados de um estudo conduzido pela Universidade de Stanford, dos Estados Unidos, que listou os 100 mil cientistas mais influentes do mundo a partir de um banco de dados utilizados até 2019. O pesquisador de Farmanguinhos, Marcus Vinicius Nora de Souza, é um dos 31 cientistas da Fiocruz que estão entre os 600 brasileiros a integrar o ranking. Clique aqui para acessar a publicação.

Marcus Vinicius Nora de Souza, é um dos 31 cientistas da Fiocruz que estão entre os 600 brasileiros a integrar o ranking.

A pesquisa avaliou diversas áreas do conhecimento e considerou diferentes métricas de produtividade em pesquisa, citações e afins. A lista também inclui cientistas que não estão entre estes 100 mil, mas que figuram entre os 2% melhores em suas áreas de atuação. No total, 7 milhões de carreiras foram avaliadas.

O pesquisador de Farmanguinhos, Marcus Souza, desenvolve pesquisas na área de Química Medicinal. Atualmente, é o líder do Laboratório de Síntese de Substâncias de Combate a Doenças Tropicais (SSCDT), onde lidera uma equipe que conduz estudos sobre Tuberculose, malária, leishmaniose, Doença de Chagas, além de elaborar processos sintéticos baseados em química verde, isto é, que não poluem o meio ambiente.

O estudo trabalha com dois rankings distintos: um que analisa o impacto do pesquisador ao longo de sua carreira e outro que avalia os impactos da atuação em 2019. O pesquisador de Farmanguinhos foi incluído nas duas listas.

Foi uma enorme satisfação ter recebido a notícia, já que ter o seu trabalho reconhecido é um dos objetivos de qualquer profissional independente da área. No entanto, um reconhecimento como este não se obtém sozinho, e gostaria de aproveitar a oportunidade para agradecer, primeiramente, a todos os professores e pesquisadores que participaram de minha formação científica, a Fiocruz, instituição que dispensa apresentações. E, finalmente, um agradecimento todo especial à equipe que compõe o SSCDT (Alessandra Campbell, Cláudia Brandão, Emerson Teixeira, Thaís Nogueira e Victor Facchinetti), pesquisadores esses de altíssimo gabarito, bem como alunos e pesquisadores que passaram ou ainda se encontram no grupo. Sem eles, com certeza, nada disso seria possível”, avalia Marcus Nora.

O diretor Jorge Mendonça ressalta a importância do reconhecimento para a instituição. “Toda instituição de Ciência e Tecnologia se sente homenageada quando seus pesquisadores são reconhecidos por seus trabalhos. O Reconhecimento do Dr Marcus Nora, de alguma forma, também é o reconhecimento de Farmanguinhos como instituição que promove e apoia a Ciência e Tecnologia. Desta forma, ficamos muito felizes com o reconhecimento do pesquisador, pelo trabalho à frente do grupo que lidera há vários anos, e por Farmanguinhos ter contribuído para a excelência do trabalho por ele realizado, bem como na formação de vários alunos, hoje mestres e doutores, que contribuem para o SUS”, destaca.

Metodologia – Para o estudo foram usadas as citações da base de dados Scopus, que atualiza a posição dos cientistas em dois rankings: o impacto do pesquisador ao longo da carreira (Tabela-S6-career-2019) e o impacto do pesquisador em um único ano, neste caso 2019 (Tabela-S7-singleyr-2019).

De acordo com o levantamento, as métricas de citação são amplamente utilizadas, mas nem sempre de forma correta. Por isso, a Plos Biology criou um banco de dados disponível ao público e que menciona os 100 mil principais cientistas do planeta, considerando informações padronizadas sobre citações, índice h, índice hm ajustado de coautoria, citações de artigos em diferentes posições de autoria e um indicador composto. Neste banco, os dados separados são mostrados para impacto ao longo da carreira e ano único. 

Segundo o estudo, “são fornecidas métricas com e sem autocitações e proporção de citações para artigos citados. Os cientistas são classificados em 22 campos científicos e 176 subcampos. Os percentis específicos de campo e subcampo também são fornecidos para todos os cientistas que publicaram pelo menos cinco artigos. Os dados ao longo da carreira são atualizados até o final de 2019”.

Laboratório do Pesquisador, onde desenvolve pesquisas na área de Química Medicinal (Arquivo)

Abaixo, a lista dos pesquisadores da Fiocruz, alguns já falecidos, incluídos na lista dos 100 mil melhores do mundo por suas carreiras, pela ordem alfabética de sobrenome:

Sônia Andrade
Zilton Andrade
Aldina Barral
Manoel Barral-Netto
Maurício Barreto
Zigman Brener
Constança Britto
Claudia Codeço
Rodrigo Correa-Oliveira
José Rodrigues Coura
Marcos Cueto
Filipe Dantas-Torres 
Solange de Castro
Marcos Vinícius N. de Souza
João Carlos Pinto Dias
Gerusa Dreyer
Ricardo Gazzinelli
Gabriel Grimaldi
Naftale Katz
Antoniana Krettli
Ricardo Lourenço de Oliveira
Hooman Momen
Edson Duarte Moreira
Carlos Morel
Wladimir Lobato Paraense
Alexandre Peixoto
Ana Rabello
Euzenir Nunes Sarno
Wilson Savino
Hermann Schatzmayr
Milena Botelho Pereira Soares
Célia Landmann

(Com informações da Agência Fiocruz de Notícias)

Farmanguinhos amplia portfólio de medicamentos contra a malária

Fruto de desenvolvimento interno, nova formulação de primaquina estará disponível no SUS

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Desenvolvimento de alta performance

O Laboratório de Desenvolvimento e Validação Analítica (LDVA) atua diretamente no desenvolvimento de novas formulações e em melhorias dos medicamentos existentes (Imagem: Banco de Imagens de Farmanguinhos)

O Desenvolvimento Tecnológico é um dos pilares do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz). Com laboratórios modernos e profissionais altamente qualificados, a unidade elabora novas formulações e trabalha em melhorias contínuas nos medicamentos já existentes, a fim de oferecer mais qualidade de vida aos pacientes.

Neste sentido, o Desenvolvimento Tecnológico da unidade permanece trabalhando ininterruptamente durante esses meses de pandemia. Como resultado desses esforços, a instituição obteve o registro do Oseltamivir na concentração 30 mg e alcançou outras importantes conquistas.

A chefe da Divisão de Gestão de Desenvolvimento Tecnológico, Juliana Johansson, explica a importância da nova formulação. “Trata-se de um antiviral indicado para tratamento da Influenza A (H1N1) em pacientes pediátricos com faixa de peso inferior a 15 kg. Desta forma, além de atender prontamente a uma solicitação urgente do Ministério da Saúde, reafirmamos o nosso compromisso de atendimento às populações negligenciadas”, explica.

Ainda durante a pandemia, o Desenvolvimento Tecnológico atuou em ações visando à redução de custo do Oseltamivir em aproximadamente 60%, mais especificamente das concentrações 75mg e 45mg, em função da inclusão de um fabricante mais viável economicamente. “Outro ganho importante foi assegurar a quebra da dependência de um único fabricante do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) do Oseltamivir, usado nestes medicamentos estratégicos para o sistema de saúde pública. Esta mesma ação está em implementação para a dose de 30 mg recém deferida”, conclui a farmacêutica. 

Outras conquistas – Graças ao potencial técnico de Farmanguinhos, o tuberculostático Isoniazida 100 mg desenvolvido pela unidade foi incluído na lista de referência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Significa que qualquer outro laboratório que tenha interesse em produzir este medicamento no Brasil terá de seguir os parâmetros estabelecidos pelo Instituto. “Neste difícil período recebemos ainda o reconhecimento do nosso produto de desenvolvimento tecnológico Isoniazida 100 mg como medicamento de referência”, frisa Juliana Johansson.

A especialista ressalta ainda outras importantes ações no campo das doenças negligenciadas. “Seguimos trabalhando intensamente para concluir a etapa regulatória relacionada à Primaquina 15 mg e a etapa clínica para este antimalárico na concentração 5 mg”, assinala.

Além dessas atividades, os laboratórios participaram diretamente no processo de conclusão de absorção tecnológica de medicamentos estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS), provenientes de Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDP), dentre os quais Duplivir (Lamivudina e tenofovir), Atazanavir e Pramipexol, conquistas essas que reiteram o potencial técnico de Farmanguinhos.

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