Autor: Alexandre Matos (Página 20 de 38)

Atenção a pacientes transplantados

Farmanguinhos finaliza produção dos primeiros lotes de tacrolimo, usado por 34 mil pacientes para evitar rejeição de rim e fígado transplantados

(mais…)

Diretor de Farmanguinhos é eleito vice-presidente da ABIFINA

Jorge de Souza Mendonça tomou posse nesta quinta (22) e comporá a Vice-presidência da entidade pelo biênio 2018-2020

 

 

A Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades (ABIFINA) elegeu nesta quinta-feira, 22 de março, sua diretoria para o biênio 2018-2020. Por unanimidade, Ogari Pacheco, do Cristália, foi reconduzido à presidência pela terceira gestão consecutiva. Compõem ainda o novo quadro Sergio Frangioni, da Blanver, que assume pela primeira vez o cargo de 1º vice-presidente, e Jorge Mendonça, de Farmanguinhos, na posição de 2º vice-presidente, também em sua primeira eleição.

Jorge Mendonça na cerimônia de sua posse como diretor de Farmanguinhos, realziada em 29 de maio de 2018 (Foto: Edson Silva)

Os nomes do novo Conselho Dirigentes foram propostos por Nelson Brasil durante a última Assembleia Geral Ordinária (AGO), realizada na sede da entidade com 32 presentes e representantes de 15 empresas associadas. Na mesma AGO, houve também apresentações dos resultados da gestão 2016-2018, por Claudia Craveiro, gerente de Administração e Finanças, e do chefe do Departamento do Complexo Industrial e de Serviços de Saúde (DECISS) do BNDES, João Paulo Pieroni, sobre a reformulação pela qual o banco estatal está passando e as prioridades relativas ao complexo da saúde.

 

O grande desafio que teremos é sermos um ator importante, nacional e internacionalmente, na produção de intermediários e princípios ativos, não só de valor agregado alto, mas que sejam estratégicos para o Brasil – Jorge Mendonça

Novos dirigentes – Para Pacheco, a indicação para sua manutenção na posição mostra reconhecimento pelo seu trabalho à frente da entidade. “É uma honra poder servir à farmoquímica nacional e uma satisfação ser reconduzido, porque [indica] provavelmente que estão satisfeitos com o que tenho feito”, declarou. Na nova gestão, o atual presidente defende que a ABIFINA direcione seus esforços para a defesa da indústria química fina nacional, independentemente de ideologias político-partidárias.

Já o 1º vice-presidente acredita que o foco nos próximos dois anos devam ser a manutenção das Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs), o estímulo a aproximação entre empresas e a integração e o fortalecimento das cadeias de insumos farmacêuticos ativos (IFAs) e excipientes. “A ABIFINA deve manter o foco nas PDPs porque elas estão dando um fôlego extra às empresas”, argumentou Frangioni. Sobre IFAs e excipientes, ressaltou as dificuldades enfrentadas pela indústria nacional. “Se não houver equalização sanitária, você poderá importar qualquer produto com qualidade suspeita. Enquanto no Brasil, os requisitos e custos são bem superiores, o que leva à perda de competitividade”, afirmou.

À frente de Farmanguinhos há apenas nove meses, Mendonça recebeu com surpresa a indicação para o cargo de 2º vice-presidente. Diante do cenário nacional de grande dificuldade para a indústria farmacêutica nacional, em especial os laboratórios oficiais, o novo dirigente também vê a necessidade de focar na produção de IFAs e excipientes. “O grande desafio que teremos é sermos um ator importante, nacional e internacionalmente, na produção de intermediários e princípios ativos, não só de valor agregado alto, mas que sejam estratégicos para o Brasil”, concluiu.

Equipe de dirigentes da ABIFINA eleita para o biênio 2018-2020 (Foto: divulgação/ABIFINA)

Integram também a nova gestão Nelson Brasil, na vice-presidência de Planejamento Estratégico, Regis Barbieri, da Nortec Química, na vice-presidência de Farmoquímico, Elza Durham, da Aché, na diretoria de Propriedade Intelectual, Walker Lahmann, da Eurofarma, na diretoria de Comércio Exterior, e Letícia Covesi, da Hypera Pharma, na diretoria de Inovação Tecnológica. No corpo de conselheiros três novos nomes assumem: Mauricio Zuma, de Bio-Manguinhos, Juliana Megid, da EMS, e Leôncio Cunha, da ITF Chemical. Já no Conselho Consultivo, a novidade é a entrada de José Correia da Silva, Karin Bruening e Marcelo Rodolfo Hahn.

Os demais membros do corpo dirigente do biênio 2016-2018, incluindo diretores, vice-presidentes e conselheiros, foram reconduzidos a seus cargos na nova gestão. A indicação para manutenção de seus nomes foi justificada pelo bom trabalho que vêm desempenhando à frente da entidade. Como defendeu Nelson Brasil, “em time que está ganhando, não se mexe”.

BNDES para a saúde – No esforço de manter relações estreitas com o Estado e os entes relevantes para o complexo industrial da saúde, a ABIFINA recebeu o chefe do DECISS-BNDES, João Paulo Pieroni. Ele apresentou a nova estrutura do banco e os programas voltados para o setor. Segundo Pieroni, entre as prioridades e desafios do banco para apoiar a saúde, estão a manutenção e fortalecimento das PDPs, para que deixem um legado de aprendizado tecnológico, a necessidade de adensamento da cadeia de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) no país, para superar déficits como os de realização de ensaios pré-clínicos, e a busca por sustentabilidade da indústria nacional, mantendo o equilíbrio entre acesso à população e viabilidade econômica.

 

(Fonte: Com informações da ABIFINA)

 

Ações de Farmanguinhos para o enfrentamento da Tuberculose

O Instituto disponibiliza novo medicamento contra a doença, que reúne quatro princípios ativos em um único comprimido, o que melhora a adesão

 

Todos os anos, surgem aproximadamente 70 mil novos casos de Tuberculose no Brasil, levando cerca de 4,6 mil pessoas ao óbito, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Saúde em 2017. Um dos entraves para eliminar a doença é o abandono do tratamento, principalmente em função da quantidade de comprimidos e da longa duração (seis meses). O cenário é desafiador, mas tem solução. O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) oferece um novo medicamento para essa enfermidade: o 4×1. Ele é assim denominado por reunir em um único comprimido quatro princípios ativos: isoniazida, rifampicina, etambutol, pirazinamida.

No próximo sábado (24/3), será celebrado o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, data criada em 1982 para chamar a atenção deste grave problema de saúde pública

Esse tipo de formulação em Dose Fixa Combinada (DFC) é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) o mais eficaz de combate à tuberculose. Isto porque a redução do número de comprimidos facilita a adesão ao tratamento. No caso do 4×1, por exemplo, o paciente precisa tomar apenas um comprimido em vez de quatro, evitando o abandono da terapia, que, por sua vez, causa o aparecimento das formas resistentes da doença, ainda mais difíceis de tratar.

Medicamento 4×1 reúne em um único comprimido quatro princípios ativos: isoniazida, rifampicina, etambutol, pirazinamida (Foto: André Nogueira)

Somente neste ano, Farmanguinhos já disponibilizou mais de sete milhões de comprimidos do 4×1 gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). A previsão é distribuir um total de mais de 24 milhões de unidades farmacêuticas.

O medicamento é fruto de uma Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) entre Farmanguinhos e o laboratório indiano Lupin. No momento, a cooperação está na etapa da avaliação de alguns Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs) importados. Com isso, o medicamento tem sido produzido no parceiro sob supervisão de técnicos da Fiocruz. A previsão é de que em julho de 2019 sejam fabricados os lotes pilotos nas instalações do Complexo Tecnológico de Medicamentos (CTM).

 

O portfólio de Farmanguinhos conta ainda com uma linha especificamente de tuberculostáticos. A instituição produz etionamida, isoniazida e o composto isoniazida+rifampicina. Além dos medicamentos disponíveis, a unidade desenvolve pesquisas a fim de chegar a novas formulações para a tuberculose.

Fique atento: tosse por três semanas pode ser um sinal de Tuberculose. Procure um médico e faça o tratamento até o fim

 

Novas pesquisas – Na área de pesquisa de química orgânica, busca-se por novas moléculas e por melhoria incremental ou radical, além de substâncias já utilizadas para outras doenças e que podem ter atividade para Tuberculose. Já o Laboratório de Farmacologia Aplicada atua na investigação de novos fármacos com atividade antimicrobiana, com estudos de substâncias de origem natural ou sintética, assim como fármacos já conhecidos capazes de atuar como antimicrobianos e na imunomodulação.

 

Deste modo, por meio da pesquisa de novas formulações terapêuticas, ou da produção de medicamentos essenciais para o tratamento dessa doença negligenciada, Farmanguinhos procura cumprir seu papel de laboratório público e estratégico para o país.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Plantas Medicinais e Fitoterapia no SUS

Farmanguinhos/Fiocruz participa do 1º congresso internacional sobre Práticas Integrativas e Complementares em Saúde

(mais…)

Um marco para a saúde pública nacional

Em maio de 2018, o Sistema Único de Saúde (SUS) celebra 11 anos de produção pública do antirretroviral efavirenz

 

Em maio de 2018, o Sistema Único de Saúde (SUS) celebra 11 anos do licenciamento compulsório do efavirenz. Trata-se do primeiro recurso legal desta natureza realizado no Brasil, o que permitiu a Farmanguinhos produzir este importante antirretroviral. Apesar de estar saindo do protocolo para a doença, atualmente, o efavirenz é usado por 55,4 mil pacientes que vivem com HIV/Aids no país, e a sua produção é considerada um marco para a unidade, que demonstrou sua capacidade de desenvolvimento tecnológico, e permitiu ao país negociar preços de outros medicamentos considerados estratégicos.

Licença compulsória – A especialista em propriedade intelectual, Wanise Barroso, explica a diferença entre licença compulsória e quebra de patente. Segundo ela, este segundo termo se popularizou de forma incorreta. “O que existe, na verdade, é o licenciamento compulsório. Previsto na Lei da Propriedade Industrial 9.279/96, esse recurso tem como objetivo sanar eventuais abusos cometidos pelo detentor da patente. Tal disposição faculta aos países a adoção de medidas para evitar o mau uso dos direitos oriundos da patente”, observa.

Neste sentido, a decisão do governo brasileiro na ocasião foi necessária em função dos altos preços praticados pela empresa que monopolizava a produção. A entrada de Farmanguinhos foi fundamental para assegurar o abastecimento da rede pública de saúde. Para se ter uma ideia, ao longo desses anos, Farmanguinhos já produziu quase 130 milhões de comprimidos do efavirenz na concentração 600 mg.

Além deste medicamento, o portfólio da unidade é composto por outros seis antirretrovirais que integram o coquetel antiaids: Atazanavir, Lamivudina, Nevirapina, Zidovudina, Lamivudina+Zidovudina e tenofovir+lamivudina. A lista vai crescer, uma vez que o Instituto participa de uma Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) para fabricação do emtricitabina+tenofovir, mais conhecido como truvada, usado na Profilaxia Pré-exposição ao HIV (PreP).

 

Página 20 de 38