Foram assinadas, ainda, outras duas parcerias com a Universidade de Coimbra para ações de educação e registro de medicamentos da instituição em Portugal
Em parceria com a Universidade de Coimbra, a Fiocruz assinou acordo para o desenvolvimento tecnológico de radiofármacos e futuro registro sanitário de produtos no Brasil. A colaboração ocorre por meio do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) e foi oficializada nesta sexta-feira (19/7), em Coimbra. Na ocasião, também foram assinados outros dois acordos: um no campo da educação e outro para o registro sanitário de produtos de Farmanguinhos em Portugal.
“Temos uma longa parceria com instituições portuguesas, um país estratégico para o governo brasileiro na Europa, assim como para a Fiocruz. A colaboração entre a Fiocruz e a Universidade de Coimbra marca um passo significativo na estratégia de internacionalização da Fundação com países do Norte Global no sentido de compartilhamento mútuo do conhecimento. Estou certo de que o nosso Sistema Único de Saúde se beneficiará com o desenvolvimento tecnológico de radiofármacos, e que podemos contribuir com o sistema de saúde português, com o fornecimento de medicamentos produzidos pela Fiocruz e registrados em Portugal. Os acordos que estão sendo assinados hoje contaram ainda com o apoio fundamental da nossa Anvisa, comprometida em ampliar o acesso da população dos dois países aos tratamentos disponíveis”, afirmou o presidente da Fiocruz Mario Moreira.
Com produção pouco explorada em território brasileiro, os radiofármacos são utilizados, com finalidade diagnóstica ou terapêutica, em áreas clínicas, como oncologia, cardiologia, nefrologia e outros. O objetivo, então, é que a Fiocruz possa agregar tais medicamentos ao seu portfólio, aumentando a sua capacidade em atender às necessidades do SUS. A ação será realizada em conjunto com empresa coligada à Universidade de Coimbra, ICNAS Pharma. Com capital social integralmente público, a organização funciona como uma plataforma avançada do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS) para e disponibilização de radionuclídeos e radiofármacos.
“Farmanguinhos tem um papel estratégico no fortalecimento da indústria farmoquímica, principalmente quando internaliza medicamentos de alto valor agregado e maior complexidade tecnológica, como radiofármacos. Então, a produção nacional desses medicamentos representa não só a redução de custos desses produtos, mas a possibilidade de ampliar o acesso a tratamentos que deem qualidade de vida aos brasileiros”, disse o diretor de Farmanguinhos/Fiocruz, Jorge Mendonça.
Para isso, a Fundação contou com o apoio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Atualmente, a instituição reconhece apenas cerca de 45 medicamentos da classe para o uso no país.
“O encontro também foi uma oportunidade de ampliar a interação regulatória entre as autoridades do Brasil e Portugal. Os acordos assinados desafiam positivamente a Anvisa e a Infarmed, no sentido de favorecerem a convergência e o acesso dos nossos países a medicamentos e produtos de qualidade”, ressalta a diretora da Anvisa e especialista em Tecnologia Farmacêutica, Meiruze Sousa Freitas.
Parceria Brasil-Portugal
O documento prevê a obtenção de Autorizações de Introdução no Mercado (AIM) e registro sanitário de medicamentos, em Portugal, produzidos por Farmanguinhos/Fiocruz. A iniciativa faz parte do projeto Pesquisa em Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Tecnológico e contará com auxílio da Universidade de Coimbra, responsável por áreas fabris capazes de replicar o desenvolvimento de medicamentos produzidos no Brasil.
Considerando, também a estruturação e desenvolvimento de Cooperação Internacional para a Educação em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde, Farmanguinhos firmou acordo para a internacionalização das atividades pós-graduação e mobilidade para estudantes e pesquisadores. O objetivo é criar um programa de ensino único, com validade nos territórios brasileiro e português, assim, incentivando a formação, geração de produtos, processos e serviços inovadores e a transferência e a difusão de conhecimento e tecnologia.
“É com muito agrado que celebramos estas parcerias, para juntar o nosso conhecimento no ensino, na investigação e na produção de fármacos a uma instituição prestigiada como a Fundação Oswaldo Cruz. Acredito que serão projetos bastante frutuosos para ambas as partes”, afirmou o reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão.