Palestras com intérprete de Libras, máscaras adaptadas, participação no coral são algumas das ações promovidas pela instituição para esses profissionais
O Dia Nacional do Surdo, 26 de setembro, é uma data especial para celebrarmos as conquistas da comunidade surda e refletirmos sobre os desafios e as necessidades de acessibilidade e inclusão desse grupo na sociedade. Neste sentido, ao longo dos anos, Farmanguinhos tem se preocupado constantemente em garantir a integração desses profissionais na unidade, seja através da participação em eventos e programas internos ou fornecendo condições e equipamentos necessários para as suas tarefas laborais. Atualmente, a instituição conta com quatro trabalhadores com deficiência auditiva.
Nesta perspectiva, recentemente, o Instituto deu um mais um passo importante para a inserção desses colaboradores. Diante da pandemia do novo coronavírus, distribuiu máscaras adaptadas para esse público a fim de protegê-lo do vírus e, principalmente, melhorar a comunicação desses profissionais com os demais trabalhadores. Com a obrigatoriedade do uso do acessório, tornou-se um desafio para as pessoas surdas compreenderem o que está sendo dito por aqueles que não falam a Linguagem Brasileira de Sinais (Libras), já que o tipo de máscara adotado pela população cobre toda a boca por tecido e impede a leitura labial.
Desta forma, o diferencial desta máscara é que modelo possui uma tela transparente na área da boca, permitindo que os movimentos dos lábios sejam identificados e compreendidos. Além dos colaboradores surdos, os profissionais que lidam diretamente com esse grupo também recebeu um kit contendo duas máscaras. A iniciativa faz parte da política institucional de inclusão desses profissionais na rotina da unidade, que já contempla participação no Coral, palestras com intérpretes e outras atividades corporativas.
“Essas máscaras compõe um conjunto de ações em prol da acessibilidade em Far. Durante a pandemia, observou-se que o uso de máscaras aumentava a dificuldade de comunicação com nossos trabalhadores com deficiência auditiva”, ressalta André Cordeiro, vice-diretor de Gestão do Trabalho.
Tal ação fez com que Laertti Carpenter, que atua no Departamento de Tecnologia da Informação (DTI), se sentisse mais acolhido.
“Ficou melhor e mais seguro agora, pois consigo fazer a leitura labial e entender o que as pessoas estão dizendo. Antes, elas precisavam tirar a máscara para que eu as compreendesse, já que não sabem se comunicar por Libras. Isso era um pouco complicado porque a máscara é a nossa proteção e muitas tinham receio de tirá-la”, observa.
Marlene Cunha, que trabalha diretamente com Laertti no DTI, foi uma das primeiras a receber as máscaras.
“Eu até pensei em criar uma máscara para facilitar a minha interação com ele, pois, devido ao trabalho, precisamos nos falar com frequência e, com o outro modelo, eu percebia que ele tinha dificuldade de me entender. Eu achei muito legal a instituição ter essa preocupação e nos fornecer esse equipamento”, enfatiza.
Daniel da Silva, do Setor de Reprografia, também aprovou a novidade:
“Essa máscara facilitou muito a nossa comunicação, além de fazer com que nos sentíssemos incluídos”, revela.