Desde pequeno, ao mesmo tempo que os eletrônicos instigavam a curiosidade, a intenção de atuar a favor da saúde da população já existia. É curioso ouvir falar que um engenheiro trabalhou na área hospitalar, científica e realizou especialização e mestrado voltados para gestão hospitalar e ciências da saúde. O servidor Ricardo Santos, responsável pelo Departamento de Gestão da Infraestrutura, ligado à Vice-diretoria de Gestão Institucional (VDGI), ao longo de 18 anos, uniu o conhecimento adquirido no mergulho na área acadêmica à prática das experiências vivenciadas nas áreas de Gerenciamento de Engenharia Clínica e de Infraestrutura.
Ricardo ingressou na Fiocruz em 2006, após pressão de amigos e familiares para brigar pelas duas vagas que haviam para o cargo de Engenheiro clínico. Na ocasião, foi um misto de emoções. A conquista de ingressar em uma poderosa instituição de pesquisa e tecnologia em saúde, o nascimento do filho Gabriel, no mesmo dia da posse, e um pouco antes, a conclusão do mestrado em Ciências da Saúde e Meio Ambiente, pelo Centro Universitário Plínio Leite.
Com graduações de Tecnologias em Sistemas Biomédicos, pela Faculdade de Tecnologia de Sorocaba, vinculada à Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), e Matemática, pela Universidade Castelo Branco, Especialização em Gestão Hospitalar pelo Hospital Sírio Libanês, Cursos de Extensão na ANVISA, USP e UNICAMP, Ricardo trabalhou como engenheiro de campo pelas empresas Serv Rio Empreendimentos Médicos e Engeclinic – Saúde com tecnologia. Além disso, quando estagiava na empresa Ermec, prestou serviços em alguns laboratórios de pesquisa, inclusive de Farmanguinhos.
Na Fundação, começou no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI / Fiocruz), administrando a área de manutenção dos equipamentos médico hospitalares e científicos.
“É gratificante poder promover o bem-estar e a saúde com o através de soluções tecnológicas. Essa área é bem complexa. Temos que ter conhecimento diversificado e diferenciado nas áreas biológicas, saúde, administração e engenharias: eletrônica, mecânica e de materiais e civil ”, explicou o servidor.
Ainda no INI, Ricardo agregou a função de chefiar a Infraestrutura, que abrangia os núcleos de: engenharia clínica e hotelaria hospitalar, obras e transporte. Além do desafio de uma nova área, Ricardo lembra a importância de propiciar um ambiente seguro para os pacientes do INI, que fazem tratamento e estudos para o HIV.
“São pacientes negligenciados, que já encaram uma dura realidade de vida e de um tratamento em um hospital público. Eu tinha que lutar pelo que queria e continuar acreditando na saúde. Mesmo com os gargalos e precariedades, dei o meu máximo para fazer a diferença para os pacientes”, lembrou Ricardo.
Atuação em Farmanguinhos – Inicialmente, a oportunidade de vir para o Instituto agradou pela proximidade à residência, porém, sem imaginar, a missão de focar no bem-estar do grupo continuaria. Devido aosmuitos cursos complementares realizados na área de gestão ao longo da sua careira, biossegurança, fiscalização, licitações e contratos, Ricardo começou na VDGI na área de Contratos, auxiliando nos termos de referência, com um olhar mais técnico.
Após oito meses em Far, assumiu o DGI, que engloba as áreas de segurança patrimonial, transporte e limpeza. Para o chefe da área, foi um grande desafio, por gerenciar uma grande equipe e lidar com empresas quarteirizadas e fornecedores.
“Estava acostumado a me relacionar com um tipo de público. Agora tenho clientes e prestadores de serviço diferentes. O nível de complexidade hoje é bastante desafiador. Antes, uma parte do processo dependia de mim e eu tinha controle sobre as ações. Agora eu não tenho como controlar as variáveis, sobre a Secretaria de Segurança Pública, sobre a Prefeitura do Rio de Janeiro, sobre a violência do entorno. A Política da Segurança Patrimonial de Far visa à prevenção como eixo principal de suas ações, com o intuito de mitigar os problemas, destacou.
Sempre em busca de novas experiências e aprendizados, Ricardo ainda foi membro da Comissão Organizadora de concursos da Fiocruz e participou dos processos como membro integrante da banca elaboradora das provas que ocorreram nos anos de 2014 e 2016. Outro projeto, ainda em andamento, é a formação em doutor em Engenharia Biomédica, pela Universidade Brasil. A previsão de conclusão é em junho de 2020, após a publicação do artigo sobre “Análise da eficiência de um sistema de ventilação hospitalar com filtragem Hepa para prevenção da tuberculose”.
Além do trabalho – Além de absorver muito conhecimento, Ricardo tem prazer em transferir estes aprendizados para alunos de graduação dos cursos de Administração e Engenharia, Mecânica, Produção e Civil, na Universidade Brasil, em Campo Grande. Além de professor, ele também é orientador nos Trabalhos de Conclusão de Curso.
Ao falar da família, não tinha como desassociar da Fundação, e o servidor lembrou de acontecimentos marcantes vivenciados com os filhos na Creche Fiocruz e que, mesmo trabalhando, pode participar e acompanhar o crescimento dos pequenos, até os cinco anos do mais velho.
Ricardo prefere os filmes às séries, para conferir início, meio e fim. Com as múltiplas atuações e vivências, profissionais e pessoais, podemos afirmar que uma série sobre o Ricardo Andrade Santos seria composta por diversas temporadas e talvez sem muitos spoilers, pois o jeito preservado e tímido, poderia garantir alguns suspenses sobre os próximos capítulos.