Do interior do Espírito Santo para a Vice-diretoria de Operações e Produção de Farmanguinhos, no Rio de Janeiro. Elda Falqueto, desde pequena, sonhava em ser independente e poder oferecer uma vida com mais qualidade para a sua família, mas nunca imaginou que esse desejo a faria deixar a pacata cidade de Linhares sozinha, aos 19 anos, para estudar Farmácia Industrial em Minas Gerais e, após quatro anos, trabalhar no Rio de Janeiro.
“Eu era aquela garota do interior que tinha vontade de ser livre, de poder ajudar a minha família. Escolhi um curso que eu pudesse ter uma boa carreira e que, ao mesmo tempo, fosse interessante. Decidi então fazer Farmácia Industrial. Fui a primeira pessoa na minha família a fazer faculdade e, com isso, pude inspirar a minha mãe, que se formou em Serviço Social, meus irmãos e meu padrasto”, revela.
“Vem, vamos embora, que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Pra não dizer que não falei das flores, Geraldo Vandré.
Determinada, a filha mais velha da Sra. Vera começou a sua carreira como estagiária no laboratório Gross. Em seguida, foi trabalhar no Polo Bio Rio, depois em uma indústria farmoquímica até chegar a Farmanguinhos, em 2006. Na Unidade, antes de assumir a Vice-diretoria de Operações e Produção (VDOP), cargo que exerce há seis anos, foi supervisora da área de Melhoria Contínua e gerente de Produção.
Com o pensamento de que é preciso arrumar meios para conquistar o que se quer, Elda vem trilhando o seu caminho. “Eu acredito que com um pouquinho de organização, esforço, a gente consegue fazer as coisas. Vejo muita gente reclamando, lamuriando, isso é uma perda de tempo. Nós não temos que ficar buscando desculpas para aquilo que não fazemos. Temos que ver uma forma de fazer aquilo que consideramos importante, algo que almejamos. Quem quer, realmente, corre atrás e faz. É capaz de sobrepor as barreiras ”, observa.
Outra ideologia que rege a vida da servidora está relacionada ao conhecimento. Formada em Farmácia Industrial pela Universidade José do Rosário Vellano – Unifenas, pós-graduada em Ciências Ambientais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, mestre e doutora em Saúde Pública e Saneamento Ambiental pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca – Ensp/Fiocruz, ela revela a sua paixão pelos estudos. “Eu nunca parei de estudar. Conhecimento é algo que nunca devemos deixar de buscar, ele é fundamental. Procuro me manter atualizada, estou sempre participando de palestras e discussões com temas relacionados ao meu trabalho. Futuramente, quero fazer o pós-doutorado”, frisa.
“Nós temos que ser produtivos, isto é, ser uma pessoa útil. É você tornar a sua vida algo importante. É você fazer coisas que tenham valor, significado”.
É com essa convicção que Elda corrobora um dos seus princípios e também o seu prazer em estar em Farmanguinhos. “Gosto muito de trabalhar aqui e percebo que a maioria dos meus colegas possui a mesma satisfação e ânimo, principalmente pela missão da instituição que, por si só, já tem um grande significado. Além disso, aqui tem um diferencial. Pude presenciar pessoas satisfeitas em outros lugares, mas, igual ao que se tem aqui, eu não tinha visto ainda. Na Fiocruz, as pessoas têm uma relação, um sentimento diferente. Uma paixãozinha mais forte, latente. Porque a gente faz algo que não tem preço, então vale muito a pena”, salienta.
Com uma rotina bem dinâmica e complexa, repleta de desafios diários, Elda enfatiza que o seu sucesso provém da parceria que tem com sua equipe e o trabalho que desenvolvem em conjunto.
“O que facilita a minha vida é que as pessoas que trabalham são boas no que fazem e eu tenho muita confiança nelas. É difícil obter resultado positivo em um trabalho de equipe, como é o nosso, se não houver comprometimento e bons resultados individuais. Uma performance depende da outra. Por isso, busco sempre o trabalho em equipe, valorizar as pessoas, tanto coletivamente quanto individualmente. Gostaria que todos tivessem essa consciência sobre o seu trabalho, de que aquilo que fazem é importante”.
Sobre o período mais marcante da sua carreira, ela relembra o início. “O começo é o momento mais significativo, é quando não temos a maturidade para determinadas situações. Iniciamos com muita ansiedade, vontade, e às vezes a gente se atropela. É uma fase que envolve muitas questões e que precisam ser trabalhadas ainda nessa etapa. Você conseguir amadurecer e fazer uma trajetória não é fácil. Se você não consolidar a sua formação, você não vai alcançar sucesso. Considero tão importante esse ponto que desejo um dia poder compartilhar as minhas experiências com quem está começando e poder ajudá-los nisso”.
Longe de seu ofício, Elda gosta de praticar atividade física. É com esse hobby que ela encontra equilíbrio e consegue relaxar depois de um dia exaustivo.
“A minha ginástica, no final do dia, me ajuda, me relaxa, e faz com que eu descontraia com outras pessoas que estão naquele ambiente. É importante ter uma atividade que possibilite cuidar um pouco de si, de ter um momento só seu, onde o corpo e a mente trabalhem só para você, para mais nada”.
Além da academia, ela tem outros passatempos. “Gosto de pintar telas, de estar com a minha família e de brincar com o Bubu, meu cachorrinho, que é a minha paixão. Também ouço música. Gosto de Milton Nascimento, Beto Guedes, Legião Urbana, Capital Inicial, Barão Vermelho, Gonzaguinha e Chico Buarque”.