Lançado na última sexta (26/4), publicação resulta do projeto que a unidade apoia: Saúde e Plantas Medicinais em Sistemas Produtivos Agroecológicos no Extremo Sul da Bahia
Na última sexta-feira (26/4), Farmanguinhos participou do lançamento do livro Conhecimento Popular de Plantas Medicinais do Extremo Sul da Bahia. A obra é um dos produtos do projeto realizado em assentamentos agroecológicos naquele recorte do estado baiano. Denominado Saúde e Plantas Medicinais em Sistemas Produtivos Agroecológicos no Extremo Sul da Bahia, o programa tem como objetivo a inserção de espécies medicinais em sistemas produtivos de assentamentos agroecológicos do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em três municípios.
Presente à mesa de abertura, o diretor de Farmanguinhos, Jorge Souza Mendonça, destacou o esforço conjunto para alcançar esse resultado. “Parabenizo todos os autores que somaram e que, conhecendo um pouco o Glauco, tenho certeza de que foram absolutamente respeitados para que pudessem estar contribuindo com seus conhecimentos para a conclusão do livro. Que seja uma fonte de inspiração, não somente para a rede, mas para todos que trabalham com plantas medicinais”, ressalta.
De fato, essa importante fonte de informação resulta do esforço coletivo que envolveu a Fiocruz, por meio de Farmanguinhos e da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz), além da Universidade de São Paulo (USP), das RedesFitos, da Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Valorização do conhecimento popular – Um dos autores da obra, Glauco de Kruise Villas Bôas explica que a publicação é fruto de uma ação convergente envolvendo pesquisadores e agricultores do projeto em assentamentos agroecológicos que, por sua vez, avançou para o projeto de saúde popular. “É um registro de entrevistas realizadas com 180 pessoas de três municípios do extremo sul da Bahia, nove comunidades no total. Portanto, uma amostra significativa do que representa o conhecimento popular. A verdadeira autoria é dos sábios guardiões do conhecimento”, destaca Villas Bôas.
Sábios guardiões do conhecimento foi a denominação atribuída aos moradores dessas comunidades tradicionais, eleitos pelos demais residentes como as pessoas que detêm elevado saber sobre plantas medicinais. Ao longo do projeto, eles partilharam com os pesquisadores o conhecimento sobre plantas utilizadas na prevenção e tratamento de doenças, técnica essa repassada entre as gerações. Alguns deles partilharam um pouco de suas histórias e experiências com o público, que lotou o Salão Internacional da Ensp/Fiocruz.
Segundo o vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, Marco Antônio Menezes, o projeto reforça uma agenda estrutural da Fundação, voltada para a agroecologia. Ainda segundo Menezes, a valorização desse saber popular é uma das propostas da instituição.
“Esse trabalho demonstra o que a gente pensa sobre a construção coletiva do conhecimento, de modo que esse livro representa muito essa proposta de respeito às comunidades tradicionais. A construção do conhecimento, que tem sido muito questionada, está sendo feita a partir da discussão com as comunidades tradicionais, valorizando o território e os espaços de produção desse conhecimento. Então, estamos cumprindo mais uma etapa da missão da Fiocruz”, observa o vice-presidente.
Quem desejar adquirir um exemplar deve acessar o site da editora Editora Expressão Popular. Os interessados em saber mais sobre o projeto, basta clicar aqui e assistir ao minidocumentário Saúde e Agroecologia.
É permitida a reprodução do texto desde que citada a fonte – Centro de Comunicação (Cecom) Farmanguinhos/Fiocruz.