A presidente da Fundação, Nísia Trindade, apresentou os nomes dos novos vice-presidentes para homologação do Conselho Deliberativo da Instituição
César Guerra Chevrand (Agência Fiocruz de Notícias)
A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, apresentou os nomes dos novos vice-presidentes para homologação do Conselho Deliberativo e algumas mudanças na estrutura de gestão da Presidência na reunião realizada na manhã da última segunda-feira (9/1), na Residência Oficial, no Campus Manguinhos. Nísia destacou os objetivos gerais da composição da equipe da Presidência para a gestão 2017-2020, como o fortalecimento da capacidade de coordenação; a integração entre os diversos setores da Presidência e com as unidades; a transversalidade; o fortalecimento da capacidade de escuta e diálogo; e a orientação estratégica. Clique aqui e veja a apresentação com os nomes da nova equipe. Para assistir a fala da presidente, acesse o link https://youtu.be/uOjkL6yPYpc
A Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde tem à frente Marco Antonio Carneiro Menezes, formado em Ciências Biológicas em mestrado em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp) e vice-diretor de Ambulatórios e Laboratórios da Escola desde 2013. Valcler Rangel, que ocupava o cargo, é o chefe de gabinete da Presidência. A pasta ocupada pela presidente eleita teve o nome alterado: passa a ser Vice-Presidência de Educação (em vez de Ensino), Informação e Comunicação.
O até então diretor do Centro de Pesquisa Gonçalo Muniz (CPqGM/Fiocruz Bahia), Manoel Barral Neto, é o novo vice-presidente de Educação. Barral é médico com doutorado em Patologia Humana e diretor de Cooperação Institucional do CNPq entre 2011 e 2013. Já a Vice-Presidência de Gestão e Desenvolvimento Institucional passa para as mãos de Mario Santos Moreira, formado em administração de empresas com doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas da Universidade Federal do Paraná.
Mudanças – Muda a denominação da Vice-Presidência de Pesquisa e Laboratórios de Referência, que passa a se chamar Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Científicas. O novo vice é Rodrigo Correa de Oliveira, biólogo com doutorado em Imunologia pela Johns Hopkins University e ex-diretor do Centro de Pesquisa René Rachou (CpRR/Fiocruz Minas). Já a vice-presidência de Produção e Inovação em Saúde passa ser liderada por Marco Aurelio Krieger, vice-diretor do Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz Paraná). O pesquisador tem licenciatura plena, mestrado e doutorado em Ciências Biológicas e é coordenador da Rede de Insumos para Diagnóstico da Fiocruz.
Ligadas diretamente ao Gabinete, a Secretaria Executiva e a Coordenação de Comunicação Social continuarão ocupadas, respectivamente, por Deolinda Gouvea dos Santos e Maria Elisa Andries. Para melhor organizar a estrutura da Presidência, foram criadas três coordenações: de Vigilância e Laboratórios de Referência, com Rivaldo Venâncio à frente; de Ações de Prospecção, com Carlos Grabois Gadelha; e a Executiva do Complexo dos Institutos Nacionais de Saúde, com Carlos Maciel.
Amadurecimento – Nísia Trindade apresentou os nomes da nova equipe aos conselheiros e em seguida falou das escolhas numa transmissão aberta para a comunidade Fiocruz. “Vivemos aqui na nossa instituição um processo muito difícil envolvendo a minha nomeação, marcado por uma grande intranquilidade, que eu sei que não é superada com o discurso”, afirmou. “Vai ser superada por todos nós, que trabalharemos nessa direção. Os momentos de crise são também momentos de crescimento, de amadurecimento. O aprendizado dessa experiência será uma agenda do nosso congresso interno, até para que possamos avançar na compreensão e nos próximos processos”, disse.
A presidente mostrou-se preocupada com a exposição negativa da instituição durante o processo pós-eleições, quando surgiram questionamento dos seus resultados, da sua transparência e da execução orçamentária. “Nós vamos trabalhar com uma agenda positiva. Também já estou trabalhando com o ministro Ricardo Barros para relações dentro de uma absoluta normalidade”, afirmou. “O espírito da nossa gestão será, como sempre nas gestões anteriores, de um grande compromisso com a nossa missão, nossos valores, com o diálogo, mas com a responsabilidade, que ficou maior ainda diante de todo esse contexto que nós vivemos”.
Autonomia – Em sua fala, Nísia Trindade Lima destacou os desafios que a instituição enfrenta. “Esse aprendizado é para toda a sociedade e coloca em xeque o grau de autonomia que todas as instituições de ciência e tecnologia devem ter e como deve ser o seu processo sucessório e de gestão”, afirmou. “Instituições de ciência e tecnologia, e também as universidades, precisam ter parâmetros bastante específicos, que respeitem a unidade interna e que não se confundem com aqueles que marcam a vida partidária, que são válidos para outra esfera”. A presidente tratou do tema na reunião com os ministros da Saúde, Ricardo Barros; e da Casa Civil, Eliseu Padilha; e com o secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco.
“Essa autonomia não implica em nenhuma hipótese numa visão não comprometida de ser um instituto do Ministério da Saúde. Isso sempre foi claro na nossa comunidade e nesse momento precisa ser reafirmado”, disse. “Nós temos o compromisso de atendermos à demanda e de apresentarmos os resultados em torno das grandes questões sanitárias, como foi o caso recente da tríplice epidemia de dengue, zika e chicungunya, e que continua sendo posta em toda a área do complexo industrial da saúde, em toda área de atenção, de pesquisa e de inovação. Isso sempre pensando na autonomia necessária, autonomia científica, autonomia de pensamento para a formulação de políticas públicas”, afirmou.
Nísia falou sobre posicionamentos ideológicos durante a reunião na Casa Civil. “Disse que na minha visão, pessoalmente e também institucionalmente, tinha me incomodado. Não importa se as pessoas têm ligações partidárias ou não – eu não tenho, mas poderia ter, não se trata disso. As ligações não devem ser nem um critério para escolha e nomeação de um dirigente, nem tampouco um critério para vetos ou exclusões. Felizmente, na proposta colocada pelo presidente e pelos os ministros, não foi o critério”, falou. “É muito importante que os meios de comunicação mudem a agenda e vejam o que a Fiocruz deve continuar fazendo pela sociedade brasileira e o que ela deve aprimorar”.
Mulheres – No início de seu discurso, a presidente da Fiocruz falou da emoção e da responsabilidade de ser a primeira mulher a presidir a Fiocruz. “Quero dizer que essa condição vai ser vivida de uma forma muito intensa, considerando que está no nosso programa uma atenção especial ao tema das ações afirmativas da Fiocruz e a agenda de gênero e saúde”, lembrou. “Sobretudo, teremos um olhar que envolve homens e mulheres. Que todos trabalhemos juntos por essa agenda efetivamente democrática e cidadã. Nós, mulheres, que hoje somos 56% dos servidores e 60% daqueles que estão na atividade de pesquisa, finalmente teremos essa alta representação. O simbolismo disso é muito grande.